quinta-feira, 11 de março de 2010

Desabafo sobre as lagartas e eu...

quinta-feira, 11 de março de 2010
Costumo medir o nível de intimidade que as pessoas possuem comigo, pelo grau de conhecimento que elas possuem em relação ao meu pavor pelas lagartas. Em outras palavras, quanto mais próxima a pessoa é de mim, mais ela sabe que tenho horror a lagartas. No entanto, nem eu mesma sei o "porque" de ter desenvolvido tal fobia e com tanta intensidade.
Lembro que quando era criança, não sentia medo algum, até gostava de coloca-las na palma da minha mão e deixa-las passearem...
Já fui queimada duas vezes, mas estes eventos aconteceram posteriores ao desencadeamento da fobia, então não foram, o inicio do medo.
O simples fato de eu estar a falar sobre este bicho terrível, já me sinto arrepiada e fazendo todos os tipos de caretas. Mesmo assim, resolvi tentar traduzir em palavras este desespero, como tentativa de me livrar ou reduzir o tal pavor.
Na minha mente, as lagartas estão em todos os lugares a qualquer tempo. Para mim, lagartas não estão sujeitas às leis da física. Elas superam tudo, e a razão da vida delas é se instalarem em algum ser humano. Chega a ser ridículo. E, realmente minha aversão por tais bichinhos é ridícula.
Já tirei livros e livros da estante do meu quarto, certa vez, após um pesadelo, porque insisti na idéia de que atrás dos livros tinham lagartas escondidas.
Outra vez, fiz um escândalo na sala de aula, acompanhado de um choro compulsivo, depois de um amigo criar a possibilidade de existir uma lagarta nas minhas costas.
Sem contar, as inúmeras vezes que deixei de ir, passar ou sentar em lugares que pressenti ter algum vestígio do bicho feio.
O pior de toda essa fobia é que, parece que as lagartas percebem o cheiro do meu desespero e se sentem atraídas a mim...
É absurdo, mas sempre tem um bicho desses nas minhas proximidades. Uma vez, andando de pedalinho com minha mãe (que também morre de pavor de lagartas) no meio de uma lagoa, eis que surge o bicho nojento ali... Bem ali no pedalinho... Aff!
Outra vez, eu deitada na beira da piscina, e de repente, cai na minha perna o bicho terrível... E, mais recentemente, trouxe de carona na minha calça, um bicho desses, e quando a expulsei no impulso, ainda fui queimada no dedo...ARGH!
Sem contar as milhares (sem exagero) de vezes que as lagartas já fizeram parte dos meus piores pesadelos. Aliás, elas são o pesadelo real.
É uma fobia nem um pouco conveniente, que sei ser necessário que a supere. Mas, não consigo nem imaginar a possibilidade de um encontro, cara a cara, entre eu e elas...
Ao escrever isso, a cada meio minuto eu passo minha mão sobre meus cabelos e minhas costas, para certificar-me de não ter nenhuma em mim, lendo o que escrevo.
É incontrolável. Irracional. Uma mistura de nojo, de medo, de repulsa, de pavor e incompreensão. É um dos meus maiores segredos comigo mesma...
Mas, por enquanto, nessa batalha, as vencedoras são elas...

PS. Este post não terá imagens, por motivos óbvios. hehe
 
Totalmente Comum © 2008. Design by Pocket