quarta-feira, 30 de junho de 2010

Paradoxos constantes da minha inconstância.

quarta-feira, 30 de junho de 2010
Não!


Quanta confiança na desconfiança.
Tornar-se seguro mediante a insegurança.
Quanta morte com aparência de vida.
Obrigar-se voluntariamente a tolerar a intolerância.
Atrair-se pela distração.
E as liberdades aprisionadas,
O infinito encaixado no finito (...).
Quanta crença naquilo que não se acredita,
E até para se esquecer,
É necessário lembrar.
Saber justamente o que menos se sabe,
As poucas instruções se tornam grandes.
Quanto mais se fala, menos se ouve.
Cada dia crescem os gritos mudos,
E os olhares de cegos.
(E dizem que para se ver é imprescindível fechar os olhos.)
O que mais se conhece é a existência do desconhecido.
O que se pensa ser cheio é composto de vazio.


Mesmo assim, ter de continuar parada a caminhar, por esse ordenado precipício da desordem...


E menos x menos resulta em mais, no entanto, mais x mais não resulta em menos.
Quanto mais se almeja por simplicidade,
Mais complicado se torna.
E os rostos risonhos, choramingam “que o que querem não fazem, e o que fazem não querem”.
Um compasso descompassado.
Desespera-se por medo de se perder o que nunca se teve.
Quanta cobrança a cerca do que se recebe gratuitamente.
Deseja-se explicar o caminho, exatamente pelo não-caminho.
A utilidade se demonstra inútil.
A relatividade é absoluta.


E é totalmente comum ser parcialmente diferente.


Quanto mais frio, mais procuramos o quente.
Quanto mais rodeado por multidões, mais solitários.
(E dizem que é bonito dar, e feio esperar receber).
O presente é constituído de passados e futuros que já se destituíram.
As pessoas que mais nos observam,
São as que menos querem nos observar.
E diz-se adeus, quando quer, por tudo, ficar.
Quantas vezes nos acomodamos com o incômodo.


E por que o “diabo” anda de mãos dadas com “Deus”?


Ainda se assustam quando digo que não sei viver,
E que devoro o miolo pelas bordas.
É que preciso do meu contraponto.
Mas, mal sei respirar,
Quem dirá inspirar...
E para encontrá-lo é preciso perdê-lo. 
E para perdê-lo é preciso tê-lo.
E eu nem se quer tenho a mim.


                                                                                  
E assim eu fico,
Mas vou.


Sim!




terça-feira, 29 de junho de 2010

Desumanizar

terça-feira, 29 de junho de 2010


As coisas estão tornando-se cada vez mais humanas.
Fui a um teatro de objetos, e quase me misturei com eles. Pareciam dotados de liberdade, como se conseguissem ultrapassar o “estar” e se transformassem em “ser”.
Já o ser humano fica numa paradoxal busca em se tornar ainda mais humano, enquanto torna-se aos poucos, cada vez mais objeto.
Eu quero mesmo é desumanizar!
A vingança, o rancor, o orgulho, o desperdício, a inveja (...) são sentimentos "demasiados humanos".
Por isso (e muito mais) é que pretendo morrer bem desumanizada.
O máximo possível.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mais Alma

segunda-feira, 28 de junho de 2010
 ...E até pensei em escrever um sólido tratado sobre a dor física. Mas, esta dor, finalmente se foi. E, meu corpo agradecido está tão leve que, de sólido, só possuo o alivio. Ouso até dizer que me tornei mais alma do que era antes...



domingo, 27 de junho de 2010

Balas Mastigáveis

domingo, 27 de junho de 2010
Se eu ganhasse um milhão?
Gastaria tudo em balas mastigáveis.
Eu as amo, e nem preciso de disfarces para com elas.




Não dou conta de mim

Acontece de às vezes me olhar ao espelho e procurar perceber o movimento que o tempo provoca em mim. Não. Não ando atrás de rugas, até porque isso só me causaria mais delas. Trata-se da procura pelo instante que estou a mudar.
É que a mudança às vezes é tão lenta (ao mesmo tempo tão rápida). E estamos tão habituados a nos vermos, religiosamente, que o instante da mudança é imperceptível. Claro que notamos quando nos ocorrem algumas aberrações. Quem nunca acordou com o olho super inchado, ou assustou-se ao perceber o nascimento de perebas alienígenas? 
Mas, as mudanças graduais e rotineiras, só as percebo claramente quando comparo fotos. Isso é comum. 
Ainda me impressiono como é que eu, me vigiando todo dia, não dou conta de mim?



sábado, 26 de junho de 2010

Sobre as lagartas e Eu: Meu lado Violento.

sábado, 26 de junho de 2010
É! Pode ser que eu tenha de aceitar que eu deseje a morte das lagartas. Sim! De todas. Um extermínio em massa. Pois é.
Acho que sou frágil e cortês apenas por não ter realizado a minha potencial criminalidade...
Eu que nem me conheço por inteiro, e nem sei do que sou capaz, estava querendo que uma lagarta não me escandalizasse. E, se me escandaliza, prefiro o assassinato frio delas, a hipótese de vê-las.
Eu, ser insensível a extinção delas e exageradamente sensível a mera existência das mesmas...


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nem Copa, Nem Cozinha...

sexta-feira, 25 de junho de 2010
E após muito se falar sobre a Copa. Resolvi falar sobre a Cozinha. É que ontem fui cortar umas batatas e acabei cortando a mão. Respirei fundo, e calmamente despertei o meu lado, quase morto ou recém-nascido, de cirurgiã. Isso mesmo. Sem pestanejar peguei o pedaço da pele que tentou, inutilmente, se libertar de mim, e recoloquei-o em seu devido lugar. A minha agilidade até me espantou. Antes mesmo de o sangue aparecer, a pele lá estava, encaixadinha. Coladinha. Segundos depois, o sangue subiu tentando arruinar o meu repentino ato cirúrgico. “Vermelho tolo, você não é pálio para mim”. É claro que, toda inchada e orgulhosa de mim, mostrei a cola do retalho para o Ciço. Fui até condecorada... Mas, “de repente, não mais que de repente”, quando vou dar a conferida referente ao minuto presente (até rimou)... Para o meu espanto, o lacre havia sido violado. A tampa levantada. A ferida aberta. É! “E agora José?”. O fato é que “não sei se fico, não sei se passo”. Não vou saber mais viver enquanto não optar entre arrancar a pele velha e deixar que a outra nasça, ou tentar, mais uma vez, a cirurgia arriscada, a famosa “operação tapa buraco”... Compreendem?
Não há como e nem porque de, eu continuar a respirar se a urgência da resposta não for sanada. Ferida aberta, é frágil, dói, mas é potencialmente a vida se aperfeiçoando, se obrigando a nascer outra vez.
No entanto, o que eu faço com minha urgência? Com esta sede desértica que se satisfaz com a ilusão da pele velha? Pele esta, que é aparentemente viva, mas potencialmente morta... E o que Sou, além disto?
Chega nestas horas madrugais, que não quero dormir, mas o sono me vence, é que assumo meu real tom de voz. Só me escuto no silêncio. Leia-se, meu silêncio. Por isso adoro esse ar hermético madrugal, a espreita da manhã. Compreende?
Não faz Sentido?
O Sentido sou eu.
O Sentido é você quem lê. 

Não quero Dormir...

Olhos vidrados. Eu não quero dormir. Não. Não se trata de insônia, nem de energéticos e nem tão pouco de algo psicodelizante. Apenas não quero dormir. Minha mente está finalmente tão clara e lúcida, que não quero me dar ao luxo de dormir e estragar tudo.
A essa hora ninguém me fragmenta.
O que estou a fazer? Nada.
Fico apenas sentindo. Isso mesmo, tentando fazer com que os meus cinco sentidos sensoriais funcionem juntos com a mesma potência cada. E as horas voam assim...


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Olhe você mesmo

quinta-feira, 24 de junho de 2010
Não acreditei quando vi. Foi o tipo de coisa que te deixa em outro planeta, em frações de segundos. Estava ali o tempo todo e eu não via. Todo dia, o dia todo, e eu nada. O quê? Não. Não vou narrar o que vi. De propósito. Cada um tem de descobrir sozinho. 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Soluço

quarta-feira, 23 de junho de 2010
Meu soluço só passa quando esqueço dele. 
Assim como minha dor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Escolher não Escolher

terça-feira, 22 de junho de 2010
Escolher é limitar.
Quando optamos por um caminho, ou por certa cor, ou por dormir em determinada posição, nós reduzimos um leque de possibilidades à uma: a sua escolha.
E eu anseio por tudo, compreende?
Não quero me dar ao luxo de deixar passar algo. De perder alguma coisa. Prefiro o potencialmente tudo.
Não quero nem mesmo a escolha.
Eu escolhi assim. E ponto.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A missão

segunda-feira, 21 de junho de 2010
Eu tenho uma amiga missionária. Quase não a encontro, apesar da imensa saudade que ela me causa, mas, vê-la pouco pode até ser bom. É que em uma hora em sua presença, pode ser fatal. A fragilidade do seu corpo branco e magro contrapõe-se a grande força de ser missionária. Escutá-la causa em mim muita curiosidade e deslumbramento, que se eu me demorar em sua presença pode ser tarde demais. O fato de ter uma missão é atraente por demais. Até hoje só tive a missão explicita de nascer. E nasci. 
Se bem que ainda tenho a missão de morrer.
Como não havia me lembrado disso? 
Agora já posso encará-la sem pudor. Agora eu também tenho uma missão. Já posso sentir meu rosto se afinando e tornando-se angelical.

domingo, 20 de junho de 2010

Se Eu fosse Eu...

domingo, 20 de junho de 2010
E no instante que ele me deixou, só uma coisa não saía da minha mente:
_Se eu fosse eu, o que eu faria agora?

sábado, 19 de junho de 2010

Conversando comigo

sábado, 19 de junho de 2010
Para Pitágoras, a Lei do conhecer é a Lei do Ser. Só se sabe aquilo que se é. 
Como eu ainda sou minha desconhecida, talvez eu nem sequer seja eu. 
Aff... Mais uma vez preciso ter uma conversa séria comigo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Urgência

quinta-feira, 17 de junho de 2010
É tão complexo explicar.
O que acontece é que a única constancia do meu ser é a URGÊNCIA.
Não é só questão de drama, melhor se fosse.
É que minha transitoriedade me assusta.
Não posso lhe garantir nada mais do que uma respiração.
E, mesmo assim, olhe lá...Posso morrer antes.

O parto dos meus Sisos


Ontem enfrentei a famosa cirurgia de extração de sisos. A idéia era retirar os 4 de uma vez, no entanto, um siso deu um pouquinho mais de dificuldade para a dentista. Não sei explicar o que houve, só conseguia me concentrar em não abrir os olhos. Não posso ver sangue. Em outra vida devo ter sido uma vampira má e morta com uma estaca no peito, só pode. E, ontem me excedi, nem vi a vermelhidão apavorante e minha pressão arterial já se intimidou. Resultado: As vozes ficaram distantes e distantes, e tudo girando aceleradamente. Extraí apenas dois dentinhos... E, já estou sentindo um vazio bocal e existencial. Quando, finalmente encarei os sisos arrancados eles me olharam com aqueles olhões de cachorro sem dono. Meus olhos até se encheram d’água. Senti-me aquelas mães que enfrentam arduamente os meses de gestação, e quando o filho nasce simplesmente o abandonam. Quase quase que eu chovi ali mesmo. Eu não chovi em consideração a dentista quem fez o parto dos meus sisos. Aliás, esta parteira de dentes merece minha gentil saudação e agradecimentos. Eu poderia facilmente classificá-la como uma pessoa boa, mas acho que talvez seja a sintonia com o mundo. Senti-me como se ela tivesse o mundo internamente. Penso que todos os seres são dotados de uma esfera universal, única, insubstituível. E há pessoas que conseguem alcançar este universo, quando se encontram em harmonia com o que fazem e são, cotidianamente. Estes indivíduos harmônicos com suas realizações tocam facilmente o reflexo do universo, dos que estão ao seu redor. Desculpem o tom talvez hermético, risos, este é fruto de uma mescla de gratidão, dor, incomodo, alivio, desconforto, silencio, milhões de pensamentos e dope de um coquetel de remédios... Como quase tudo, isso também vai passar...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Reencarnação

terça-feira, 15 de junho de 2010
Já que dizem que somos eternos, porque a gente não pode ser eterno aqui em uma vida só? 
Acho um saco essa história de ter de morrer e começar tudo de novo...

A Guerra de Dois

Os dois estão sérios. Não, não há sorrisos. Não se perdoam. Compreendem-se? Não.
Não ousaram procurar se entenderem, cada um a si se bastava e erguia a sua bandeira.
Mas, neste conflito de silêncios agressivos, os dois seriam derrotados, não há vencedor, e se veriam secos de amor e raiva. Ambos seriam esmagados, e se serviriam feito escravos.
Se bem que, se fizerem nascer à paixão do ciúme, possam também fazer nascer à morte.
E, o que sobreviver, sem ceder, se acharia vingado. Mas, estaria fadado a ser solitário. Porque Ele só possuía uma inimiga: Ela.
Porque Ela só possuía um inimigo: Ele.
Eles se tinham escolhido para sempre. 

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Dor x A Mor

segunda-feira, 14 de junho de 2010
Não sei bem que nome dar ao sentimento que por vezes me toma ou que cruelmente eu estou a tomar. É tão violento que me atemoriza, e abaixo a minha cabeça como se toda a Dor de existir estivesse sobre mim.
(Egocentrismo negativo exacerbado).
É que às vezes quero que cada uma das minhas profundas Dores sejam contrabalanceadas com um grito ao mundo. No entanto, eu conheço minhas dores.
A tristeza é fácil gritá-la, as próprias lágrimas se encarregam disso por mim. Já a Dor, esta me intimida, porque me envergonha. É o que não consegui expor. É o que hoje me violenta e que me obriga a gritar impetuosamente.
Eu ainda não sei domesticar esta Dor, mas já sei que ela é um amor irrealizado, minha Dor, é um amor vivo que foi estupidamente não vivido. E é isso que não perdôo em mim, e como não aceito não conseguir me perdoar, então não quero perdoar os outros.
Sim. Aí está minha vergonha. Não fui amada e por isso não quis mais amar. A este ponto me percebi. Se não possuo a vida, então quero assassiná-la.
A minha Dor, não passa de reivindicação, é a expressão reversa do meu amor.
E aí que me vejo obrigada a escolher entre A Dor e o Amor, entre o orgulho e a doçura.
(Sei que amar é mais devagar, e a Dor me gerou uma necessidade imediata que me consome).

_Oh, Dor, transforma-te em perdão, uma vez que não passas de conseqüência do que um dia foi apenas um não-amor. Suplico-lhe.


domingo, 13 de junho de 2010

O Castigo do Livre-arbítrio

domingo, 13 de junho de 2010
...E por que, meu Deus, o livre-arbitrio?
Já que é tão essencial à caminhada imaculada, que sacrifiquemos os nossos desejos mais genuínos...
O Livre-arbitrio é um castigo! Se só existe um caminho correto, porque me oferecer 200000³²¹ possibilidades?
Qual a probabilidade de eu acertar o caminho correto e ainda por cima quase sem nenhuma dica?

O que você quer ser quando crescer?

O que eu quero ser quando crescer?
Hum...peraí... Mas, eu já cresci.
E agora? O que eu sou? 

sábado, 12 de junho de 2010

Em homenagem ao 12 de Junho...

sábado, 12 de junho de 2010
...E após muito sofrer por amor, uma coisa aprendi:
Estou disposta a sofrer mais!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Eu também vou reclamar

sexta-feira, 11 de junho de 2010
Sei que já escrevi aqui um post na tentativa de expressar  o grito que me tira o ar. Mas, se eu ainda possuo direito, sim, eu vou gritar! 
Argh! Estou farta!
Acho que caí nesse planeta por engano ou por “pegadinha do malandro”.
O mundo apodreceu para mim e eu para ele.
Estou farta dos olhos maliciosos dos homens e dos “toque toque” que fazem os saltos escandalosos  das mulheres que caminham na biblioteca.
Quero mesmo é continuar com meu moletom surrado, meu blusão de lã, cheio de bolinhas de algodão que surgem do além e que não saem nem por decreto.

O que vou fazer da vida? Reclamar.
Que me perdoe Alberto Caieiro, mas, este mundo não foi feito para ser sentido, contemplado ou para estarmos de acordo. Este mundo foi criado para ser RECLAMADO!

Recursos em excesso.

No fundo eu sou até legal. Se eu chateio alguns, nunca foi proposital. É que sou perfeitamente imperfeita. Sou ansiosa, insegura, inconstante, inquieta, ciumenta, egoísta, orgulhosa, grossa, prepotente, dramática, inconformada e boa parte infeliz.
É difícil administrar isso tudo. 
A faculdade só me ensinou gerir recursos escassos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Deus Existe?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

...E se não existir?
Eu rezo a Deus incessantemente para que se Ele ainda não exista, que Ele trate logo de existir...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Silêncio...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ontem no meio da madrugada, acordei só para ouvir o silêncio.
O silêncio é aquela melodia interna, doce, e por vezes forte, como uma orquestra de percursionistas.
Para mim o silêncio canta, se manifesta.
Assim mesmo, em silêncio...

O Coringa do Jogo de Pensar


E ontem fui induzida ao artifício de "Pensar" sem receio de maiores gravidades. O Jogo de Pensar é algo que ainda me assusta. É envolvente. É como uma "disputa" que não há perdedores...
No entanto, a de se estar preparado para, de repente, ver boa parte das suas crenças e preconceitos, se dissiparem feito vapor. Talvez isso seja sim, uma gravidade embutida na arte de Pensar... Repentinamente, seu chão pode desabar, e você se perceber totalmente fundamentado em equívocos.
Mas, aí eu tenho sempre um Coringa na manga, que se você prometer não espalhar, eu conto...
Oh, mas já vou avisando que este Coringa, não vai impedir que dentro de você haja um colapso, no qual você se vê obrigado a reformular suas teses internas. Esta carta da manga serve mais para os orgulhosos como eu, que ainda necessitam de garantirem uma saída triunfal, ou para os que gostam do clima gerado pelo rufar dos tambores. É como se fosse o tradicional pedido de “altas” no pique-pega ou aquele intervalo entre atos no teatro.
Então... É assim, quando não se sabe mais o que argumentar, e não cabe mais o silêncio, é a hora certa do Coringa:
Faça uma expressão de que foi iluminado pelo seu espírito einsteiniano... Esboce um pequeno sorriso (daqueles que só se mostram nos cantos dos lábios)... Pause seu olhar no nada, igual os cães estão habituados a fazerem (Isso é muitíssimo importante)... Respire fundo e finalmente diga (a voz pode estar um pouco trêmula, mas não se preocupe, porém, é essencial falar um pouco mais alto agora):

“_ A verdade é que isso é inexplicável! É questão de Sentir! É quesito de Crença! (Pode abusar de substantivos derivados de crer e sentir). Ou você sente ou não sente!”

Pronto! Sua saída triunfal está realizada. Eu te garanto que funciona. Mas, é uma técnica que é bem-sucedida apenas para o Jogo de Pensar. Nem queira bancar o espertinho e tentar aplicá-la em testes acadêmicos e escolares, que vai dar é merda...
Este Coringa só funciona em lugares, situações que exijam Pensar, exatamente o contraponto que as escolas atuais querem nos ensinar a fazer...

Eu contei, mas, vê se não espalha, ok?!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre as Lagartas e Eu: A Revanche de Deus.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Era cedo e eu caminhava achando beleza em tudo. O sol dourava as flores e a grama, tornando cada cena, como uma fotografia envelhecida. Então, fui tomada por um espasmo: Deus existe! Sem o menor senso de soberba ou superioridade, por mera contemplação, me sentia filha Dele...
E foi quando quaaaaase esmaguei uma lagarta gorda, verde e peluda. Em frações de segundo, encontrava-me arrepiada pelo pavor de estar viva. De repente, me tornei pânico e mesmo assim tentava inutilmente, reprimir o grito de terror entalado em minha garganta.
Comecei a correr, sem ver carros ou pessoas, até estar suficientemente longe, a ponto de evitar um contra-ataque da lagarta.
Tremia bastante, mas continuei a viver. Sem acreditar, voltei a caminhar, com minha boca de traço, voltada para baixo. Tentei extirpar o elo entre os dois ocorridos: o sentimento de Deus e a Lagarta. Não consegui. Havia uma conexão não lógica, oculta, entre os fatos.
Revoltava-me que uma lagarta pudesse ser o meu efeito oposto. Argh!!!
Puta que pariu! O que Deus queria me dizer?
“Olha sua tola, pare de amar assim distraidamente” ou “Pare de olhar aqui pra cima, a menos que seja para se prevenir que uma lagarta caia em você!”.
Eu calmamente caminhando, contemplando o mundo, sem me queixar e sem nada pedir, amando simples e puramente, quase levitando, e Deus a me jogar uma lagarta?
A indelicadeza de Deus me insultou. Ele era rude.
Continuei a caminhar, agora pesadamente. Preferia esquecer, mas era inútil. Só uma coisa na minha mente, precisava me vingar... Mas, Como? Ele é Deus! Humm, já sei!
Foi aí que sem o mínimo pudor resolvi publicar este texto. (Pode ser desprezível contar as particularidades alheias, mas Ele também jogou baixo comigo). Isso mesmo!
Resolvi espalhar o que me ocorreu, e sujar a fama de “Homem” bom que Ele possui... Por pura vingança!
Mas, ao escrever tudo isso fui obrigada a refletir (Agora era a revanche Dele comigo):
Vai ver que eu também sou lagarta, e achava que por existir Deus, já estava pronta para me encarar.
Pois é! Só porque contemplei o dia, achei que amar não era difícil. Não percebi que é justamente na entrega do que não se compreende que há a oferenda...

A verdade é que nas minhas profundezas, eu só desejo amar o que já amo, ou o que certamente amaria, e não como a coisa é. E a lagarta verde existe tanto quanto eu, e a velocidade x tempo nos iguala.
É Deus... Dessa vez você venceu... Mas, me aguarde! E, não se distraia... Sim! É uma ameça!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Na distração virei música....

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Eu escutava distraidamente aquela música, via os dedos dançando, pulando por cima das cordas e nas cordas, e o som era alto, e baixo, suave e forte. Eu não pensava em nada.  Foi aí que percebi que não me encontrava distraída, estava era livremente atenta. Ouvia aquelas melodias, atentamente, sem esforço. Livre. Ouvia tudo, e sem expectativas. Fui notando que estava sentindo a música. A música não era minha, nem para mim, nem sequer eu a queria. Mas, sentia-me completamente satisfeita com o que ouvia. Então, por pura admiração, me sentia a música. Que era o som, as notas e as vibrações invisíveis. Por muito sentir, sem alguma prepotência ou vaidade, eu era a música daquele violão, e seu alcance até as estrelas...

Abelha

Diante do aperto no peito e da irrespirável ventania do que sinto, não só hoje, e não é TPM, não lhe posso provar nada.
O que chamei de pavor, não mais o será se eu resolver de flor, tornar-me abelha, e experimentar.
Nada te posso assegurar.
Eu sou a única garantia de mim.

domingo, 6 de junho de 2010

Tudo colorido

domingo, 6 de junho de 2010
Eu não sou em preto e branco, mas gosto de me fotografar assim. Para imaginar como alguns animais me vêem... (Será que a visão deles é mesmo assim?).
Sei lá.
Sei que sou colorida, com bolinhas vermelhas e pretas. E, me sinto bem assim.
Pra falar a verdade, nunca estive tão bem comigo. Vai perguntar por quê? Não!?
Você não vai querer saber o porquê.
Perguntamos como o outro está por mera educação?!
Ora, estou me colocando no meu lugar. Sim. Sei qual é o meu espaço.
Isso aí até me dá o direito de repetir, pra ficar mais colorido e melhor: Eu sentada no chão do ateliê, rodeada por tintas, de todas as cores, pintando, assim, cheia de gosto pela vida. Colorida. Contente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Espelhos

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Foi aí que a leveza de outrora passou a se transformar nas constantes dores de tensão. O que era um fácil “sim” se transformou em “não”, quando se tornaram espelhos, e não mais viam um ao outro, apenas se viam. Cada um a si mesmo.

Ela procurava e não enxergava. Ele não percebia que ela não tinha visto. Ela procurando ele, ele pensando ser desvalorizado por ela. Mas ele estava ali e ela também.

E os “sims” se tornaram escassos. Sem contar que havia o frio que pede aconchego. E quanto mais “nãos” ressoavam mais ríspidos se desejavam, com poucos sorrisos.

Tudo isso porque se tornaram espelhos e só queriam se ver refletidos. Só porque críticos e rígidos desejaram ter o que já eram.

Foi aí que perceberam que ninguém telefona para si mesmo, nem tão pouco envia flores para o espelho.

Era preciso parar de ver o reflexo, para conseguir enxergar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Um grito.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Começo a escrever para tentar aliviar o grito aprisionado em meu peito. Um grito que me inspira. Um grito que eu preferia que não existisse. Um grito avassalador que abafa qualquer outra fonte de vida que possa existir em mim. Um grito que me espreme, me sufoca, me desespera. Um grito confuso, que não tem consciência de si. Um grito que me amarra, me prende. Um grito que não ousa existir por si só.
Um grito.

Intervalo



Entre o que se viveu e o que se viverá, em meio as névoas do passado e as do por vir, habita a imensidão do potencial intervalo.
Intocado. Virgem. Misterioso.
Com a mesma essência do silêncio.
A espera de um fim, a expectativa de um recomeço, ou a esperança da transformação.
Tudo isso entre o que foi e a aproximação do que será.
E, na vaguidão potente e limpa do intervalo, nada a se prender, nem mesmo ao temor.
Desvincular-se do já vivido, das coisas velhas e falecidas.
Porque ainda se respira, resolver seguir.
Sair da pausa entre momentos e presenciar a madrugada crescendo.
Não poderia voltar e não queria mais parar, o jeito era seguir.
E foi.
(sem chão.sem teto. sem palavras. com lágrimas)(muitas)
 
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