quarta-feira, 28 de julho de 2010

Criei Deus?

quarta-feira, 28 de julho de 2010
...E de fato a morte existe. Ou no mínimo, precisamos conviver com o apodrecimento deste corpo. Sinto muito, mas, se apodrece. E, não há maior conforto do que se criar Deus. Eternizar a vida através da invenção do Além, do por vir, do “continue” do Super Nintendo.


Mas nessa história de se inventar alívios foi-se longe demais.


É que no instante que crio Deus, tenho de me projetar como criatura. Mas, se crio Deus, sou criadora. Narradora-personagem (onisciente, onipresente, onipotente). Tenho de criar até as ferramentas que legitimarão meu Deus. É algo grande demais. E, ao mesmo tempo, tenho de me reduzir ao ponto de nada saber, de não compreender o que se passa, mas, entregar o “que não sei”, toda a minha escuridão a Deus. E, de Mãe de Deus, tornar-me filha Dele. 
Isso tudo é heresia? Talvez.


_Mas, Deus... Tende respeito pela minha imaginação! Trata-se de heresia poética. Tão literária como a bíblia, de que o Senhor entende bem.





 
Totalmente Comum © 2008. Design by Pocket