segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sobre o que escrevi pelas mãos de outrem...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Quando encontro determinada literatura, ou mesmo, alguma frase solta escrita vulgarmente por aí, e consigo me projetar ali, naquelas letras unidas, sinto como se estas palavras rabiscadas, fossem de minha autoria. É! Tem autores que despertam em mim, o meu mais profundo eu. Então, me percebo com uma sensação de que fui roubada, que aquilo que leio, fui eu quem escreveu, e ao mesmo tempo, me impressiono pelo estado de plenitude em que alcanço. Como se prepotentemente, eu estivesse redigido através das mãos de outrem. E, justamente, por nesse instante, me categorizar em alguém exterior a mim, soberbamente me excedo e me adentro no estado de quem se acha completo. Estado hermético, talvez utópico e um tanto quanto aliviante. Sim! É um alivio tornar-se mistura com o alheio usurpador das minhas idéias que ainda nem pensei, e que ainda iria escrever.
A Lispector, para mim, foi um desses precedentes que arrebatam o pensamento que ainda não pensei, e brilhantemente o traduzem em concreto. Talvez, mais abstrato do que concreto. E aí, o que me resta é respirar os vestígios desta mulher, para ver se dessa forma, eu consigo recolher um pouco do que fantasio ser meu traduzido por ela. Risos.

Incluo nesta postagem, um vídeo baseado em uma das obras de C.L.. Ela era minha parte mais nobre. Agora tenho de me contentar em ser apenas eu. Mais Risos.




quarta-feira, 15 de junho de 2011

Internalização

quarta-feira, 15 de junho de 2011
O caso é que fora de mim eu sou um nome. Mas, e quando eu quiser voltar pra dentro de mim? Como faço pra me chamar e descobrir quem sou?


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Controle

sábado, 19 de fevereiro de 2011
...E, de tão controladora que sou, percebo que não me controlo.
   Perdi o controle sobre o controle.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pertencer

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
E por que essa necessidade de pertencer? De ser parte de um conjunto? Ser um elemento de um todo? 
E, por que eu não consigo escrever se não estiver recheada de plataformas seguras que me permitam o conforto de maximizar o meu sentir? Sim. Não se trata de sentimentos felizes e de sorrisos estampados. Gosto simplesmente de sentir. E, sentir sem mediocridade. Sem aquela sensação de tanto faz. Sem indiferença. Sem apenas molhar as pontas dos pés.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Nitidez

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
E há certas coisas que de tão simples e vagas despertam em mim o maior desespero.
É difícil dar nitidez ao que pouco vejo, mas tanto sinto.


domingo, 26 de dezembro de 2010

Flores sobre o túmulo

domingo, 26 de dezembro de 2010
Gosto de alguns velhos hábitos, recheados de minúsculos gestos, e, de vestes surradas que me permitam algum conforto. Não sei ser senão o que sou, com algum acréscimo, incômodo, de máscaras que enfeitam o presépio natalino.


Está chovendo e o céu azul. E se ganha presentes e se dá presentes, e as ruas fedem a carne requentada. Carne cozida, assada, frita, picada, inteira, triturada... Os fiéis se assam e se comem, ritual selvagem.


E as pessoas morrem. Sinto muito, mas se vive e se morre. No natal ou no não-natal. E se chora. E se pega qualquer um pra cristo. E aliviam-se as palavras não-ditas com sorrisos vazios e com remédios. Rápido. Pragmático.


A necessidade de gostar. A necessidade da necessidade. Do mesmo modo, o desejo de particularizar Deus. Deus humanizado, aniversariante, convenientemente considerado justo. Não Deus. 


Sair à Rua. Assistir pessoas. Fora isso, segredo. Anotar as sensações das sombras...


Flores sobre o túmulo.


Multidão de pés. Imaginar as vozes dos rostos e o que os fariam gritar. 
Deixar existir também o silêncio. O único silêncio.


Aonde leva a loucura, a loucura.
Retornar ao corpo.


E é domingo. A madrugada velada. O enterro do sábado. 


É domingo e chove e ontem o coração dele parou...


Mas é domingo e ele não ressurgiu.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

(In)Certezas

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Raspar os cabelos. Andar nua ou em pano de saco. 
Exteriorizar a morte de certezas de outrora.

 
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