segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sobre o que escrevi pelas mãos de outrem...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Quando encontro determinada literatura, ou mesmo, alguma frase solta escrita vulgarmente por aí, e consigo me projetar ali, naquelas letras unidas, sinto como se estas palavras rabiscadas, fossem de minha autoria. É! Tem autores que despertam em mim, o meu mais profundo eu. Então, me percebo com uma sensação de que fui roubada, que aquilo que leio, fui eu quem escreveu, e ao mesmo tempo, me impressiono pelo estado de plenitude em que alcanço. Como se prepotentemente, eu estivesse redigido através das mãos de outrem. E, justamente, por nesse instante, me categorizar em alguém exterior a mim, soberbamente me excedo e me adentro no estado de quem se acha completo. Estado hermético, talvez utópico e um tanto quanto aliviante. Sim! É um alivio tornar-se mistura com o alheio usurpador das minhas idéias que ainda nem pensei, e que ainda iria escrever.
A Lispector, para mim, foi um desses precedentes que arrebatam o pensamento que ainda não pensei, e brilhantemente o traduzem em concreto. Talvez, mais abstrato do que concreto. E aí, o que me resta é respirar os vestígios desta mulher, para ver se dessa forma, eu consigo recolher um pouco do que fantasio ser meu traduzido por ela. Risos.

Incluo nesta postagem, um vídeo baseado em uma das obras de C.L.. Ela era minha parte mais nobre. Agora tenho de me contentar em ser apenas eu. Mais Risos.




 
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