sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um piscar de Olhos

sexta-feira, 28 de maio de 2010


Um piscar de Olhos.
Não sei se ainda vivo ou se já morri, se o que penso possuir é nada ou tudo, se invento ou se acredito.
A plenitude alcança-me e me sinto tão gigante como o além, como o vazio.
Os instantes correm e me percebo estarrecida, na eminência de adormecer ao lado das estrelas, ali nas nuvens.
Ou quem sabe, despertar repentinamente, gritar: quem sou? E voltar...
Subitamente Voltar, para o estado caótico de quem pergunta.
Retornar ao patamar de quem ainda possui necessidade e, portanto se indaga.
Um piscar de olhos.
Minha respiração percorre em ritmo, uma valsa de ida e volta... de ida e volta.

O que chamo de Meu...



Eu sei. Não. Eu não sei. Mas, eu até quero saber. Quer dizer, talvez não queira.
Posso não saber quem sou, mas soberbamente (e tolamente) acabo por tomar algumas coisas e sentimentos por meus.
Sim. Eu tenho coisas, ah isso eu tenho.
Um quarto, seios, livros, uma escrivaninha, franja no cabelo, alguns papéis...
Não. Eu não possuo os sentimentos.
Tenho o livro O Pequeno Príncipe, mas, não consigo possuir a abstração, o sentir, que o livro provoca em seu leitor.
Esse sentir imensurável que não estou apta a possuir, me parece precioso demais, impossível de ser tocado, imaculado. E, as vezes, ironicamente me sinto roubada, exatamente do que não possuo: Quando usam como se fosse ar de respirar, e profanam esse alvo sentir...
Aí... Dói como se carregasse o peso de todos que já foram assaltados.
É uma quase morte.

domingo, 23 de maio de 2010

Renúncia?!

domingo, 23 de maio de 2010

Retiro-me rapidamente. Envolvo-me em um casulo e encolho-me para o abrigo dentro de mim. Tomada por medo. Aquele temor de outrora, que já confessei, das passadas noites encharcadas de dor e chuva. A escuridão. A imensa vontade de dormir. A falta de sono.
Quantas vezes precisarei reviver o sofrimento do punhal em minhas costas? O lado amargo e oculto que sem piedade me dilacerou? E escutar o maldito silêncio derramando-se, de dentro, como sangue...?
Sinto medo do próprio medo, que como escudo, transformou-me em jardim fechado. Isolou-me. Fez-me vagar noites úmidas, perdida. Que tola fui.
Até que explodo em risos, uma espécie de alivio, ao sentir derramar-se no meu âmago a renúncia. Mas, não estou apta a impedir que a angústia palpite por minhas veias. Mais do que angustia, é a vontade do amor crescente.
Ainda sinto o amor doce em meu peito.
Cada vez mais tudo era passado.
Cada vez mais deixo o passado ir.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Meu Céu interno

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Que importa que em aparência eu continue cotidianamente meus afazeres? Que importa eu assistir sistematicamente as pessoas mortas em sua labuta e com as almas frias?
Que importa se tento me enganar? E que tenho ânsia por leite condensado?
Se ler determinadas palavras enche meus olhos de chuva, é que algo no fundo de mim é imenso, e se parece com o Céu.

O que não sou...


Às vezes me parece mais fácil enumerar-me através do que não sou. Como se eu pudesse, me peneirar a ponto de segregar-me em o que é filtrado e não ultrapassa a malha fina da peneira, e o que flui diretamente, sem retenções.
Mas, para alcançar o que não sou, terei de ser algo além do meu fundamental egoísmo. Um ser egoico não se interessa por conhecer aquilo que ele não é.
A confusão estava no entrelaçamento do que não-sou com “tudo é um”...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

...E a gente acha que conhece os sentimentos alheios...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ela ri. Enquanto chora. Fica Muda. Enquanto muito fala. Grita. Quando silencia. Escreve. Quando desenha. Nega. Quando diz sim. Chora. Enquanto ri. Sente-se só. Enquanto se rodeia de multidões. É corajosa. Enquanto sente medo. Acende a Luz. Enquanto se apaga. Odeia. Mas, na verdade ama.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O palhaço triste e o meu eu - (3)

segunda-feira, 10 de maio de 2010
Tudo bem. È que ainda me assusto. É que ainda nem sequer contei tudo. Não mencionei que, por vezes me sento imóvel, como se não participasse do mundo, apenas o observasse. Observasse como quem se encontra além do dualismo, e como se me fosse permitido ignorar as particularidades e mergulhar em julgamentos. Isso. Como se eu pudesse concluir sentenças por meio das minhas observações. Me sento imóvel e observo um palhaço triste. Um grande palhaço triste. E eu sabia que enquanto eu o observava o mundo me escaparia e eu me escaparia. Pois observava-lo era engraçado, quase me explodia em risos. E rir me contradiria, contradiria em mim a minha substancia. Então, aquilo que, por respeito a mim, eu não queria rir, então eu ri. Não tolerei me interromper, e ri. O que na verdade eu já estava rindo.
 Só haveria um modo de me impedir. Era sê-lo. Como se o pecado da risada, me absolvesse, e até mesmo se tornasse um antipecado, a partir do instante, que ele (o palhaço triste) fosse eu. 
Estaria eu alargando demais a risada e toda a coisa, para exatamente ultrapassar o palhaço e o meu eu? Acho que não. No entanto, ao me transformar nele, prossigo em sentido oposto. Em rumo a aniquilação do que arduamente construí. Prossigo em rumo a despersonalização. Sim. De repente, me despersonalizar torna-se meu ideal. Despersonalizar-me é a minha manifestação máxima, que tão logo, nem sequer poderia chamar “minha”. Se, finalmente, me alcançar pelo ato de despersonalizar, poderei reconhecer o alheio sob qualquer aparência ou disfarce. E, verei não mais a maquiagem estereotipa do palhaço triste, mas o humano comum a todos os humanos. E pela simples existência dele, me será revelado quem sou.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Palhaço Triste- 2

quarta-feira, 5 de maio de 2010
É uma coisa. Não, não. É um rapaz. Quieto. Se bem que de vez em quando ele fala. É! Acho que fala sim. É! Isso! Ele fala sozinho. Até isso é engraçado. Ele senta por ali ó. Encurralado naquele canto. Sem mais nem menos. É muito engraçado. Qualquer coisa que ele faça é engraçado.
Ele já deve tá chegando, acho que todo dia ele vem. É! Não me lembro dele faltar alguma aula. O quê??? Você tá brincando? Ele suicidou? Já fazem três dias?
 Que engraçado...

terça-feira, 4 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Pensar X Sentir

sábado, 1 de maio de 2010

Por vezes me perco em tanto sentimento. Aii vou me graduar em administração, e mal sei gerir o que se passa no meu pequeno universo particular. Pequeno? É! Não tem nada de pequeno, ao contrário, tenho a sensação que expando dia-a-dia. Mal caibo em tanto sentir. Daí, me pergunto, seria melhor se eu sentisse menos? Talvez eu seria triste em menor freqüência. O que não significa ser feliz em maior assiduidade. Sei lá. Hoje vi um besteirol americano, que valeu a pena apenas pela frase que escutei de um personagem, enquanto este folheava um álbum de fotografias. Ele disse algo parecido com: os momentos de tristeza não são registrados em fotos, mas são eles que tornam reais as fotos felizes. Então, me peguei em reflexão: Será que a nossa felicidade está fundamentada na tristeza? Será a tristeza o motor gerador da felicidade? Já dizia Vinicius de Moraes: "Tristeza não tem fim. Felicidade sim". Não sei. Mas, algo em mim, me obriga a gritar que tal afirmação é apenas fruto de mais um momento triste vivido pelo poeta, ou por mim, ou por você e não se trata portanto de uma verdade absoluta. Eu realmente não sei. O que acho saber é o que sinto, mas, até isso pode estar contaminado pelos meus hormônios, pelos astros, pelo contexto... Talvez, por isso eu tenha ficado um certo tempo sem me permitir escrever. Porque escrever, pra mim, é mergulhar, é praticamente me entregar ao pensar e ao sentir. Ambos juntos, como se pudessem ser amantes. Sendo que mal podem conviver amigavelmente. Essa guerra de pensar e sentir é totalmente comum?
 
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