Por um dia apenas, eu queria ter os seus olhos...
Longe de mim, querer decifrar-te ou resumir-te ao ponto de chegar à compreensão. Mas, é que habitar teu corpo, sentir teu sangue, morder com teus dentes e perceber com teus olhos, incoerentemente, faria com que eu me tornasse mais eu.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
A chuva
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Acontece que sinto falta das chuvas. Não. Não me refiro às chuvas internas de outrora, que me doíam, como se eu fosse a responsável por dar à luz a toda humanidade. Sinto saudades é da chuva que respinga na janela, que faz subir um cheiro de terra, que arrepia alguns cabelos e me faz sentir viva. Isso mesmo. A chuva me faz viva, assim como a grama da minha casa, que se torna de um intenso verde, com um mero sinal das águas do céu...
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Idéia.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
E o que há entre eu e você?
Uma idéia.
Dou-lhe um pensamento, e, de alguma forma se estabelece um relacionamento. Impressionante. Basta uma idéia para nos unir e nos causar necessidade. Se digo: estou morrendo, é imediato! Ou, se digo: escovo meus dentes várias vezes, já basta! Provoquei a vida entre nós. Não há mais jeito. Já nos relacionamos.
Uma idéia.
Dou-lhe um pensamento, e, de alguma forma se estabelece um relacionamento. Impressionante. Basta uma idéia para nos unir e nos causar necessidade. Se digo: estou morrendo, é imediato! Ou, se digo: escovo meus dentes várias vezes, já basta! Provoquei a vida entre nós. Não há mais jeito. Já nos relacionamos.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Entre
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Entre o disparo e o acertar do tiro. Entre o ir para cama e o acordar. Entre o cortar das unhas. Entre o brotar da semente. Entre o cozimento do arroz. Entre as questões da prova. Entre o que fui e o que vou ser. Entre. Enquanto há tempo. Entre. Enquanto cabe. Entre. Não peça licença. Apenas Entre. Meramente Entre. Entre. Entre a entrada e a saída. Entre.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
O caso do Chiclete
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
É claro que minhas lembranças de infância são coloridas e enfeitadas com meu tom de voz atual. Mesmo assim eu vou contar.
Eu devia ter em torno de cinco anos, e minha irmã sete. Talvez, por medo de eu me engasgar, minha mãe só me comprava balas enormes e macias, mas o que eu queria mesmo era um chiclete.
A bala era boa. Até hoje eu a contemplo. Mas, é efêmera por demais. Ainda mais para mim que vou logo mastigando freneticamente. Já a goma de mascar, era uma espécie de bala eterna, como se fosse exatamente o meu contraponto. Tão fugaz que sou.
E aí, certo dia, minha irmã ganhou um chiclete, e o guardou em sua gaveta.
“A oportunidade faz o ladrão”.
Não. Eu não roubei. Eu juro que a minha idéia era mascá-lo, um pouco, e, logo devolvê-lo. Ela nem perceberia. E assim eu fiz.
Mas, não sei como (Risos) ela percebeu.
Até hoje o caso é narrado por aqui.
Eu devia ter em torno de cinco anos, e minha irmã sete. Talvez, por medo de eu me engasgar, minha mãe só me comprava balas enormes e macias, mas o que eu queria mesmo era um chiclete.
A bala era boa. Até hoje eu a contemplo. Mas, é efêmera por demais. Ainda mais para mim que vou logo mastigando freneticamente. Já a goma de mascar, era uma espécie de bala eterna, como se fosse exatamente o meu contraponto. Tão fugaz que sou.
E aí, certo dia, minha irmã ganhou um chiclete, e o guardou em sua gaveta.
“A oportunidade faz o ladrão”.
Não. Eu não roubei. Eu juro que a minha idéia era mascá-lo, um pouco, e, logo devolvê-lo. Ela nem perceberia. E assim eu fiz.
Mas, não sei como (Risos) ela percebeu.
Até hoje o caso é narrado por aqui.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Elas são todas iguais...
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Lá está ela, um ponto no Universo.
Ela, ajeitando-se como se fosse sair e se olhando no espelho.
Lá estão cinqüenta mil destas meninas, olhando-se, como se fossem únicas e percebendo seus detalhes.
Lá está ela, agora sentada, iniciando um texto, começando de novo, rabiscando, procurando palavras.
Lá estão cinqüenta mil delas, ansiosas por escrever, para desabafarem o aperto do amor.
Do outro lado da linha, a amiga se certifica: você está quietinha aí? Chamada ela se levanta com dificuldade, perdida entre sonhos.
E então, cinqüenta mil meninas se ligam, e no mesmo instante vão se erguendo, chorosas em meio a devaneios...
(Uma não vê a outra, que não vê a outra, e assim ciclicamente...)
Até que ela, após suspirar afirma: Pensei que ele era diferente, mas eles são todos iguais.
E, como em um coral ensaiado, o Universo escuta uma só voz, de cinqüenta mil meninas juntas choramingando: Eles são todos iguais.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Muito e Pouco. Máximo e Mínimo.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Confesso que quando ele se foi, qualquer piscar de olhos dele em minha direção, já era o bastante. Era precioso. Muito.
É que até o mínimo é máximo para alguém que, repentinamente, se viu prestes a falecer. Frente a frente com o não-amor.
Naquele instante, embora almejasse pelo muito, só suportava o menos (e aos poucos)...
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A menina que roubava Flores
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Por Deus, como adoro flores.
Que me condenem. Que me obriguem a escutar horas de sermão ecológico, mas eu não sei apreciar somente com os olhos. Preciso sentir. Encostar com a ponta dos dedos, tocar com a alma.
Sim. Peço licença, mas, arranco. Isso mesmo.
Confesso. Não resisto, eu roubo flores.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Alucinação?
terça-feira, 17 de agosto de 2010
E sabe aquela sensação de chegar perto, aproximar-se?
Quase tocar. Mas, sentir um vulto ligeiro a passar atrás de si e roubar-te o que nunca foi seu... Aí, restam-lhe apenas a intocável memória, e, saudade, do que não aconteceu.
Alucinação?
domingo, 15 de agosto de 2010
Palavras
domingo, 15 de agosto de 2010
Às vezes acho um saco escrever, porque se eu toco desprevenidamente em certas palavras, automaticamente se desencadeiam milhares de outras, que tenho aversão.
Letra puxa letra, que se transforma em palavra, que puxa palavra.
E, palavra puxa sentimento que puxa sentimento. Ai meu Deus... Nisso eu não quero pensar.
É que dói. Dói muito.
sábado, 14 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Sorrir?!
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
[Encontrei esta imagem por aí... Foi paixão à primeira, à segunda, à terceira e à enésima vista. Minha cachola instantaneamente foi devorada, ou devoradora, de numerosas reflexões. Reflexões estas, que englobam as várias áreas, do que nós chamamos de, ser humano. ]
[Acho que hoje eu não comprei o meu suporte de sorrisos. Não sei se estão creditando ocultamente da minha conta bancária, mas, o caso é que ando com um sorriso frouxo, prestes a explodir em crise... Explosão hilária. Motivos? Talvez a falta destes...]
[Acho que hoje eu não comprei o meu suporte de sorrisos. Não sei se estão creditando ocultamente da minha conta bancária, mas, o caso é que ando com um sorriso frouxo, prestes a explodir em crise... Explosão hilária. Motivos? Talvez a falta destes...]
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Inconstância
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Eu não gosto dessa minha inconstância pendular. Dessas oscilações efêmeras. Fico perdida. Acho que é por isso que minhas mãos estão sempre trêmulas, apesar de eu conseguir alcançar detalhes precisos com o pincel. Sou um desequilíbrio. Presencio topos e abismos em segundos. Uma dilacerante dualidade. Eu não gosto.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Papai Noel existe
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O passado antes de nascer era agora.
O agora é, portanto, uma máquina de criar passado. Mas, quem cria o agora?
Este "quem" será que existe?
Hum... Já sei!
Agora é presente. Quem cria presente é ajudante de Papai Noel.
Que ninguém se engane, Papai Noel existe. Nunca o vi, mas, ele existe. Sei de muita coisa sem ter visto.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O Choro do Palhaço
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O que um dia foram meras gotas na janela, transformaram-se em dilúvio...
Era ele pela rua, adentrando à noite escura. O pior era o temor de ver seu reflexo em uma poça formada na avenida. Ali sem abrigo. O Universo o expelia, o Universo o expeliu para o seu universo particular...
Mas, ele não cabe no formato universal.
Era extenso demais.
Sua roupa colorida, com listras descombinantes, cheia de babados assimétricos está ensopada. A peruca cacheada, que já estava desgastada, agora se encontrava com cabelos escorridos e certamente mofarão com essa excessiva umidade.
Na rua alagada ele só vê pés, não ousaria levantar a cabeça e deixar que vissem que sua maquiagem se borrou. A boca perfeitamente desenhada de outrora era agora um borrão branco sujo. Precisou tirar o nariz de plástico vermelho, porque com tanta água no seu rosto não podia respirar só pela boca.
Pelas esquinas ele se impunha, torcendo ser hoje o dia que um carro não paralisasse seu motor e o acertasse. Mas, não havia carro que não o notasse.
Era grande demais.
Então ele só queria sua casa, as roupas chamativas e empapadas o incomodavam.
Era ele a alegria feroz de varias pessoas. A felicidade demoníaca daqueles que cabem perfeitamente no formato Universal, era ele.
O Palhaço Triste só queria a sua casa.
Andava sem rumo, ruas e ruas, cruzamentos e cruzamentos, mais se arrastava do que andava. Parar que era perigoso. Se parasse, poderiam notar que seu sapato engraxado e lustrado, não mais tinha solado, e seus pés estavam gastos.
Da sua desmedida desolação ele só queria que fosse disfarçado.
Alguém, na calmaria quente e seca de uma marquise, disse em meio a risadas explosivas: Que coragem, hein, palhaço! Mas, não era coragem, era o temor. O escuro. A chuva. O medo. Ele não se encaixava no universal.
Era vasto demais.
A verdade, sem pudor, é que o gerador de risadas, tinha chorado. Constantemente, chorado.
domingo, 1 de agosto de 2010
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