É claro que minhas lembranças de infância são coloridas e enfeitadas com meu tom de voz atual. Mesmo assim eu vou contar.
Eu devia ter em torno de cinco anos, e minha irmã sete. Talvez, por medo de eu me engasgar, minha mãe só me comprava balas enormes e macias, mas o que eu queria mesmo era um chiclete.
A bala era boa. Até hoje eu a contemplo. Mas, é efêmera por demais. Ainda mais para mim que vou logo mastigando freneticamente. Já a goma de mascar, era uma espécie de bala eterna, como se fosse exatamente o meu contraponto. Tão fugaz que sou.
E aí, certo dia, minha irmã ganhou um chiclete, e o guardou em sua gaveta.
“A oportunidade faz o ladrão”.
Não. Eu não roubei. Eu juro que a minha idéia era mascá-lo, um pouco, e, logo devolvê-lo. Ela nem perceberia. E assim eu fiz.
Mas, não sei como (Risos) ela percebeu.
Até hoje o caso é narrado por aqui.