Lá está ela, um ponto no Universo.
Ela, ajeitando-se como se fosse sair e se olhando no espelho.
Lá estão cinqüenta mil destas meninas, olhando-se, como se fossem únicas e percebendo seus detalhes.
Lá está ela, agora sentada, iniciando um texto, começando de novo, rabiscando, procurando palavras.
Lá estão cinqüenta mil delas, ansiosas por escrever, para desabafarem o aperto do amor.
Do outro lado da linha, a amiga se certifica: você está quietinha aí? Chamada ela se levanta com dificuldade, perdida entre sonhos.
E então, cinqüenta mil meninas se ligam, e no mesmo instante vão se erguendo, chorosas em meio a devaneios...
(Uma não vê a outra, que não vê a outra, e assim ciclicamente...)
Até que ela, após suspirar afirma: Pensei que ele era diferente, mas eles são todos iguais.
E, como em um coral ensaiado, o Universo escuta uma só voz, de cinqüenta mil meninas juntas choramingando: Eles são todos iguais.