terça-feira, 13 de abril de 2010

Eternidade...

terça-feira, 13 de abril de 2010
Para mim, ser feliz é quase um sinônimo de se sentir pleno, completo, o que, a meu ver, anda de mãos dadas com a eternidade. Essa historia de "ser eterno enquanto dure" é um realismo petrificado demais.
Até mesmo o pensamento é dotado de uma qualidade de eternidade. O pensar é maleável, sem propriamente um formato ou conteúdo, sem medidas ou dimensionamento.
Eternidade não é meramente o tempo, é algo semelhante à convicção que se fixa profundamente, e que não se encontra no corpo, por este estar fadado à morte.
A própria incapacidade de exceder o limite da eternidade é a eternidade.
Sobretudo, um sentir eterno é pureza, é o abismo escuro, quase abstrato.
No entanto, definir a eternidade é quase como premeditar o seu fim. É a divagação que a torna inexistente. A qualidade da eternidade é justamente não ter quantidade, não ser passível de mensuração ou divisão. Afinal, tudo o que se configura, mede ou divide, há principio e fim.
Eterno não é uma quantidade incalculavelmente grande que se consome. Eternidade é a sucessão, o por vir.
E, é aí, na sucessão que a meu ver, mora o belo. O puro. O sentimento máximo.
É no por vir, na sucessão, no movimento que se sente o eterno. Assim, é o movimento o agente capaz de explicar a forma. E, o tempo que explica o espaço. E, em meio a palavras confusas, levo-me a crer que tudo é um. Tudo é sucessão. Tudo é movimento. E... dessa forma, prendo o meu corpo a tudo o que não é mais meu (ou nunca foi). Imensurável. Impalpável. Intangível. Imponderável. Constante. Eterno.
 
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