Talvez faltem diálogos, talvez existam monólogos em excesso. Talvez faltem regras de convergência ou transbordem regras e obrigações. Ou ainda, talvez o que está em extinção é o respeito. Às vezes sobra respeito a terceiros e falte com as pessoas de baixo do mesmo teto. Talvez se precise é de compreensão. Compreensão de si mesmo e do outro. Pode ser também que o orgulho tenha cegado os nossos olhos. Ou, pode ser que enxerguemos demais os erros dos outros e esquecemos ou fingimos esquecer, os nossos. Talvez os conflitos constantes sejam frutos de ciúmes, invejas e comparações. Talvez se idealizem pessoas distantes, e se desperdicem as mais próximas. Talvez se tenha medo de demonstrar o que é. Talvez pegar o do outro seja mais fácil do que conquistar o próprio. Talvez seja necessário largar mão do próprio e dividi-lo com todos. Talvez existam privacidades em demasia ou em escassez. Talvez o que falte é gratidão. Talvez se confunda sobreviver com viver. Talvez se espere muito o palpável, o perecível e se esqueça ou desvalorize o invisível. Talvez a gula mate de fome seu irmão. Talvez o que te sobra é justamente o que sua mãe precisa. Talvez falte integridade, falte confiança, falte lealdade. Falte abertura. Falte credibilidade. Sobrem rótulos.