Foi aí que a leveza de outrora passou a se transformar nas constantes dores de tensão. O que era um fácil “sim” se transformou em “não”, quando se tornaram espelhos, e não mais viam um ao outro, apenas se viam. Cada um a si mesmo.
Ela procurava e não enxergava. Ele não percebia que ela não tinha visto. Ela procurando ele, ele pensando ser desvalorizado por ela. Mas ele estava ali e ela também.
E os “sims” se tornaram escassos. Sem contar que havia o frio que pede aconchego. E quanto mais “nãos” ressoavam mais ríspidos se desejavam, com poucos sorrisos.
Tudo isso porque se tornaram espelhos e só queriam se ver refletidos. Só porque críticos e rígidos desejaram ter o que já eram.
Foi aí que perceberam que ninguém telefona para si mesmo, nem tão pouco envia flores para o espelho.
Era preciso parar de ver o reflexo, para conseguir enxergar.