Eu tenho uma amiga missionária. Quase não a encontro, apesar da imensa saudade que ela me causa, mas, vê-la pouco pode até ser bom. É que em uma hora em sua presença, pode ser fatal. A fragilidade do seu corpo branco e magro contrapõe-se a grande força de ser missionária. Escutá-la causa em mim muita curiosidade e deslumbramento, que se eu me demorar em sua presença pode ser tarde demais. O fato de ter uma missão é atraente por demais. Até hoje só tive a missão explicita de nascer. E nasci.
Se bem que ainda tenho a missão de morrer.
Como não havia me lembrado disso?
Agora já posso encará-la sem pudor. Agora eu também tenho uma missão. Já posso sentir meu rosto se afinando e tornando-se angelical.