Entre o que se viveu e o que se viverá, em meio as névoas do passado e as do por vir, habita a imensidão do potencial intervalo.
Intocado. Virgem. Misterioso.
Com a mesma essência do silêncio.
A espera de um fim, a expectativa de um recomeço, ou a esperança da transformação.
Tudo isso entre o que foi e a aproximação do que será.
E, na vaguidão potente e limpa do intervalo, nada a se prender, nem mesmo ao temor.
Desvincular-se do já vivido, das coisas velhas e falecidas.
Porque ainda se respira, resolver seguir.
Sair da pausa entre momentos e presenciar a madrugada crescendo.
Não poderia voltar e não queria mais parar, o jeito era seguir.
E foi.